4 Cooperação em conhecimento, inovação e digitalização
O Brasil exibe um setor de pesquisa, inovação e educação de alta qualidade e uma infraestrutura de pesquisa excepcional em diversas áreas. A maior parte das universidades e institutos de pesquisa tecnológica na Noruega já contam com acordos no Brasil, e nosso país é considerado um parceiro atrativo. Dessa forma, o governo norueguês deseja fortalecer o triângulo do conhecimento, ou seja, o vínculo entre pesquisa, educação e inovação, em cooperação com o Brasil.
Cooperação com o Brasil em vários campos de conhecimento.
A cooperação em conhecimento entre a Noruega e o Brasil abrange áreas que vão de energia, espaço oceânico, saúde, biologia, engenharia e digitalização a gestão da natureza e da biodiversidade, registro de terras, ciências sociais, economia e arte. A produção de pesquisas em parceria, na forma de publicações conjuntas, quase quintuplicou entre 2010 e 2025. A cooperação em conhecimento tem o potencial de criar soluções sustentáveis, incrementar competências, melhorar o bem-estar e fortalecer a competitividade.
Por meio da estratégia governamental Panorama, o Brasil é um dos países prioritários para a Noruega na área de cooperação em conhecimento fora da União Europeia. De acordo com a estratégia, a cooperação com o Brasil está baseada nos princípios de qualidade, relevância, reciprocidade, longa duração e responsabilidade. A colaboração internacional também está fundamentada nos relatórios ao Parlamento «Plano de longo prazo para o ensino superior e pesquisa 2023-2032» e «Um mundo de oportunidades», assim como em vários acordos bilaterais em nível governamental e institucional.
Cooperação multilateral em conhecimento.
Os fóruns multilaterais em que ambos os países participam são valiosos para o fortalecimento da relação bilateral e do trabalho conjunto em prol de metas comuns. Exemplos de tais fóruns são o Fórum Belmont, Missão Inovação, Erasmus+, Compacto Digital Global das Nações Unidas e a Aliança de Bens Públicos Digitais. Existe, ainda, grande potencial de colaboração entre atores noruegueses e parceiros brasileiros pelo Programa-quadro de Pesquisa e Inovação da União Europeia, o maior programa do mundo no gênero e, portanto, um fórum de colaboração importante.
O estreito vínculo entre a academia e o empresariado também é sumamente importante, porque o conhecimento gerado tem de ser posto em prática na sociedade. O Conselho de Pesquisa da Noruega, a Secretaria Nacional de Educação Superior e Competências (HK-dir, na sigla em norueguês) e a Inovação Noruega contribuem para uma interação satisfatória entre educação, pesquisa e negócios. Tais instituições, juntamente com o Ministério da Educação (KD, na sigla em norueguês), mantêm um enviado para questões de conhecimento e tecnologia no Brasil.
Instrumentos para a cooperação em ensino superior e pesquisa.
Há, hoje, bons instrumentos para a colaboração entre empresariado, instituições, autoridades, estudantes e pesquisadores noruegueses e brasileiros, ao mesmo tempo em que os instrumentos podem ser desenvolvidos e fortalecidos. Estudantes noruegueses recebem, por exemplo, apoio adicional de viagem da Caixa de Empréstimos Estudantis para intercâmbio no Brasil, e brasileiros em programa de intercâmbio na Noruega também podem receber bolsa de estudo e apoio de viagem por meio de projetos. A maior parte das chamadas públicas do Conselho de Pesquisa da Noruega é aberta para colaboração internacional, e parceiros brasileiros podem receber financiamento para projetos, exceto quando de chamadas que excluem essa possibilidade. Instrumentos específicos como a INTPART (Parceria Internacional para Educação, Pesquisa e Inovação Excepcionais) e o UTFORSK (Cooperação Educacional para Maior Qualidade e Relevância no Ensino Superior) fortalecem a colaboração norueguesa-brasileira nas áreas de educação e pesquisa.
Cooperação acadêmica em aquicultura
O campus da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) em Aalesund lidera uma rede ativa composta por sete instituições de ensino, primariamente norueguesas e brasileiras, e parceiros empresariais em ambos os países. O projeto contribui para o ensino e pesquisa de alta qualidade, além de cooperação internacional em aquicultura. O projeto já resultou em novas relações de pesquisa, condições favoráveis de intercâmbio, aumento do número de solicitações conjuntas em chamadas públicas e cooperação em ensino para pesquisadores.
Os parceiros empresariais intensificam a relevância da educação e oferecem a estudantes e empregados conhecimentos complexos e valiosos sobre ambiente marinho e aquicultura. Em interações com empresas e outros atores locais, esses também adquirem compreensão de aspectos sociais e econômicos decisivos para o desenvolvimento sustentável e responsável da produção alimentar na aquicultura.
Energia e petróleo.
A Noruega e o Brasil contam, há anos, com uma excelente cooperação em conhecimento no setor de energia e petróleo. Desejamos fomentar chamadas públicas conjuntas regulares entre o Conselho de Pesquisa da Noruega e seu congênere brasileiro, o FINEP, aumentando o número de solicitações. Nesse contexto, a conferência de Novembro no Rio de Janeiro é um importante ponto de confluência para atores na área de pesquisa e desenvolvimento do setor de energia em ambos os países.
Clima, meio ambiente e segurança alimentar.
O Brasil possui ambientes de pesquisa internacionalmente reconhecidos nas áreas de clima, meio ambiente e segurança alimentar. Uma maior cooperação em conhecimento, especialmente entre instituições educacionais, pesquisadores e empresas dessa área, será mutuamente benéfica para os dois países.
Inovação digital.
O governo norueguês incentiva empresas e instituições de pesquisa e desenvolvimento norueguesas a colaborarem com parceiros brasileiros em desenvolvimento de soluções tecnológicas. A Noruega e o Brasil têm potencial substancial de continuação de sua cooperação em infraestrutura digital, principalmente para contribuir com o aumento de capacidade em países em desenvolvimento por meio, por exemplo, da Aliança de Bens Públicos Digitais. Há grande necessidade de se desenvolver soluções digitais e dados abertos que contribuam para a superação de desafios em tais áreas.
Meta 4: cooperação fortalecida em educação, pesquisa, e tecnologia para maior competitividade norueguesa e soluções sustentáveis conjuntas
Cooperação no triângulo do conhecimento.
Em cooperação com o Brasil, a Noruega virá a fortalecer a relação entre pesquisa, educação e inovação. Informaremos melhor sobre oportunidades de cooperação entre instituições, empresas, pesquisadores e estudantes, noruegueses e brasileiros. Também almejamos facilitar o desenvolvimento e intercâmbio de conhecimento, além de contribuir para a mobilidade mútua duradoura de estudantes e empregados.
Conhecimento posto em prática.
A Noruega deseja fortalecer a cooperação em conhecimento no que diz respeito a temáticas de interesse mútuo para nossos dois países e em linha com acordos e outros instrumentos. O conhecimento produzido no âmbito da colaboração deverá ser posto em prática na sociedade, inclusive por meio da comercialização e ampliação de resultados de pesquisa.
Cooperação multilateral.
A Noruega trabalhará para incrementar a cooperação norueguesa-brasileira em instituições de pesquisa e educação por meio de iniciativas multilaterais em que ambos os países façam parte, tais como o Programa-Quadro de Investigação e Inovação da União Europeia, Erasmus+, Missão Inovação e o Fórum Belmont.
Energia e petróleo.
A Noruega continuará a desenvolver a boa cooperação em conhecimento que mantém com o Brasil no setor de energia e petróleo e a desenvolver a Conferência de Novembro como o mais importante ponto de confluência de atores de pesquisa e desenvolvimento nesse setor em ambos os países.
Clima e meio ambiente.
A Noruega dará seguimento à cooperação em conhecimento com o Brasil, com base na estratégia Panorama e nas prioridades nacionais e internacionais de política de pesquisa em matéria de clima e meio ambiente.
Digitalização.
A Noruega fortalecerá a cooperação com o Brasil em infraestrutura pública digital e padrões abertos, a fim de contribuir para a concorrência e inovação, inclusive em países em desenvolvimento.
